Coisa estranha esta de ser ilhéu.
Pedaço de alma rodeado de lava por todos os lados.
Ou será rodeado de... poesia?
sexta-feira, 13 de março de 2009
A grandeza de Angra, vista por Daniel de Sá
Para quem duvida do amor de um ilhéu por qualquer outro pedaço de terra que não a dele, é obrigatório ler o texto do escritor Daniel de Sá sobre Angra, no seu recém-nascido Espólio. Nunca um micaelense leu tão bem a alma terceirense...
Lídia Um exagero bom (neste caso teu) não se condena, agradece-se. Talvez com excertos do que escrevi acerca do Faial para o livro "Açores" da editora espanhola Everest. Aqui os deixo, com um abraço de reconhecimento a ti e à ilha onde fiz parte do grupo inaugural da autonomia parlamentar, num tempo em que todos os sonhos eram possíveis. "A Horta foi ela mesma e outros mundos. Nasceu portuguesa e flamenga, da imaginação e da vontade de Josse van Hurtere, senhor do Faial por mercê do infante D. Fernando. Foi porto de paragem e aguada para os navios da América, descanso de marinheiros que andavam à ventura e desventura dos sete mares, repouso de missionários que iam para o Brasil ganhar o Céu para as suas e outras almas. Ligou pelo telégrafo as duas margens do Atlântico, abasteceu de carvão os barcos a vapor, estreou o correio aéreo trazido num avião da Pan American que amarou na sua baía. Acolhe a maior parte dos veleiros que percorrem estas velhas rotas e recebe no Café Sport – o “Peter” – os seus tripulantes, que fazem do cais da marina um enorme painel onde deixam pintado o registo da sua passagem. É na cidade da Horta que está o parlamento açoriano e que vive quase metade dos quinze mil e quinhentos habitantes da ilha, que falam talvez o mais belo português de Portugal, apesar de terem sido flamengos muitos dos primeiros povoadores. O Faial é o vértice de um triângulo que se completa com o Pico e São Jorge. Uma beleza alucinante a que ninguém fica insensível." Daniel de Sá
E vai sendo tempo de qualquer ilhéu olhar para as outras ilhas como parte integrante da sua terra, e não como concorrente ou inimiga. Situação que muito tem prejudicado o arquipélago.
5 comentários:
Lídia
Um exagero bom (neste caso teu) não se condena, agradece-se. Talvez com excertos do que escrevi acerca do Faial para o livro "Açores" da editora espanhola Everest. Aqui os deixo, com um abraço de reconhecimento a ti e à ilha onde fiz parte do grupo inaugural da autonomia parlamentar, num tempo em que todos os sonhos eram possíveis.
"A Horta foi ela mesma e outros mundos. Nasceu portuguesa e flamenga, da imaginação e da vontade de Josse van Hurtere, senhor do Faial por mercê do infante D. Fernando. Foi porto de paragem e aguada para os navios da América, descanso de marinheiros que andavam à ventura e desventura dos sete mares, repouso de missionários que iam para o Brasil ganhar o Céu para as suas e outras almas. Ligou pelo telégrafo as duas margens do Atlântico, abasteceu de carvão os barcos a vapor, estreou o correio aéreo trazido num avião da Pan American que amarou na sua baía. Acolhe a maior parte dos veleiros que percorrem estas velhas rotas e recebe no Café Sport – o “Peter” – os seus tripulantes, que fazem do cais da marina um enorme painel onde deixam pintado o registo da sua passagem.
É na cidade da Horta que está o parlamento açoriano e que vive quase metade dos quinze mil e quinhentos habitantes da ilha, que falam talvez o mais belo português de Portugal, apesar de terem sido flamengos muitos dos primeiros povoadores.
O Faial é o vértice de um triângulo que se completa com o Pico e São Jorge. Uma beleza alucinante a que ninguém fica insensível."
Daniel de Sá
E vai sendo tempo de qualquer ilhéu olhar para as outras ilhas como parte integrante da sua terra, e não como concorrente ou inimiga.
Situação que muito tem prejudicado o arquipélago.
Há lá algo mais agradável do que receber 3 Veludinhos domingo de manhã? Vai buscá-los!!!
Li com muito interesse no
"Espólio" como também o comentário do Daniel de Sá sobre Angra.
Feliz domingo!
Um texto fabuloso o que referes. Admito que possa ser parcial nessa análise, pois não acredito na seriedade das auto-avaliações.
Daniel,
Obrigado por esse reconhecimento, já lavrado num post com o devido destaque.
José Augusto,
Assino por baixo.
Ematejoca, obrigado pela distinção. Passarei lá.
Desambientado,
A parcialidade é inerente à auto-avaliação, mas acredito na seriedade das intenções. E essa também conta...
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