Hoje, o dia amanheceu na ilha do Faial com a casa a dançar ao som da terra. Confesso que acordar com a cama a sacudir debaixo do corpo nos faz temer sempre o pior. Ou não tivéssemos todos ainda demasiado fresca a dor que o abalo de 98 trouxe à ilha e a todos os que nela se prendiam. Felizmente, desta vez, tudo não passou de um grande susto, por isso, toca a voltar a encaixotar os medos no baú das recordações. A madrugada já se foi, mas está, sem dúvida, um lindo dia para ser feliz!
Coisa estranha esta de ser ilhéu. Pedaço de alma rodeado de lava por todos os lados. Ou será rodeado de... poesia?
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segunda-feira, 23 de maio de 2011
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Açores não escapam às descidas nas dormidas
Vai ser preciso muito mais do que artigos destes para fazer frente a notícias destas.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Ai se a Central de Ondas fosse mais perto do Palácio de Sant'Ana...
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Foto: http://pt.wavec.org/client/files/Pico_onda.jpg |
Numa região com tanto potencial marítimo como os Açores, custa a acreditar que os responsáveis políticos ainda não tenham aberto os olhos para o filão inexplorado que têm à frente dos olhos. E é difícil aceitar que um projecto inovador como foi o da Central de Ondas do Pico possa acabar assim, abandonado por falta de financiamento. O presidente do Governo Regional passa a vida a gabar-se de que a região tem um "superavit", então porque raio não dispensa uns meros 500 mil euros para recuperar uma estrutura desta importância? Será porque as contas não são bem assim, ou porque a Central de Ondas da ilha do Pico fica muito longe do palácio de Sant'Ana?
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Um "passo notável", até para o DOP
Não é preciso sair da ilhas para fazer um bom trabalho e ser reconhecido internacionalmente por isso. A entrada do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores como parceiro na Global Ocean Biodiversity Iniciative (GOBI) é a melhor prova disso. Um "passo notável", até mesmo para uma instituição com créditos firmados como o DOP.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
O País não esquecerá. E os açorianos também não!
A polémica proposta de Carlos César só tem servido para denegrir a imagem da autonomia regional perante o resto do País. Desde o escândalo da reportagem dos Golfinhos em 1993, que não me lembro de ver os Açores e o povo açoriano a serem tão enxovalhados publicamente em todo o País. Quase na hora da despedida, o presidente do Governo Regional dos Açores está a conseguir deitar no caixote do lixo o respeito e o mérito que a luta autonómica tanto se esforçou por conquistar nas últimas três décadas. E isto já para não falar no crédito político que o próprio Carlos César ainda detinha no partido e no País. Se a ideia era garantir a subserviência de mais 3700 funcionários regionais, o objectivo poderá até ser cumprido. Mas se era para fazer frente a Sócrates e mostrar ao País como se Governa uma região, então o líder do Governo açoriano excedeu-se largamente. Depois disto, Carlos César não mais poderá voar da região para a presidência do partido e muito menos aspirar chegar um dia à Presidência da República. O País não esquecerá. E os açorianos que foram tão duramente enxovalhados na praça pública também não.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Os insólitos da Saúde nos Açores
Esta história da jovem bipolar que foi transferida de Ponta Delgada para tratamento no Hospital da Horta é inenarrável. Pelo insólito da situação e porque é sintomática do estado de degradação a que chegou a Saúde na Região Autónoma dos Açores. O passivo do sector ronda os 600 milhões de euros (equivale a quase metade do passivo do Ministério da Saúde no continente português) e os dois maiores hospitais da região estão falidos. Mas parece que ainda há dinheiro para pagar 16 ordenados de altos dirigentes em duas Unidades de Saúde que não têm mais do que cinco médicos no total. E enquanto o Secretário Regional da Saúde está ocupado a afundar o que sobra do sector, cerca de 80 mil açorianos continuam sem médico de família e muitos outros ainda estão em lista de espera para uma consulta ou cirurgia. No meio de toda esta confusão, só não deixa de ser algo irónico ouvir o espanto com que alguns micaelenses reagem ao facto de terem de ser transferidos para tratamento noutra ilha, uma realidade que infelizmente qualquer habitante das ilhas "menores" já foi obrigado a encarar como "perfeitamente" normal. Tão normal quanto o descalabro das contas públicas socialistas.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
A clarividência de um arqueológo de palavras
Porque é preciso meter mãos à obra e construir tudo aquilo que ainda está por fazer nestas ilhas, deixo aqui as palavras deste arqueólogo da poesia que é Heitor H. Silva. A clarividência do poeta faialense iá indicava o caminho a seguir, sem que fossem preciso gastar milhares de euros em estudos que dizem ou consultadorias que desdizem.
«Construamos barcos para as madrugadas
insulares. Tábua a tábua, porões,
convés, mastreações, velames,
vento nas enxárceas...
Construamo-los nós mesmos: velas brancas,
lemes, mastros, cascos que se afundem
nos horizontes repetidos.
Vertiginosamente aquáticas estas mãos
que adormeceram tempo de mais
no emaranhado dos sargaços
saberão, certamente, como redimir-se.
Desçamos às profundidades oceânicas
galvanizados por essa voz extrema,
que nos toca tão de perto,
e sintamos em cada tábua que um carpinteiro
alcança a outro carpinteiro
antevisões de serras, puas, prumos,
viagens puras,
cartografia perfeita
inscrita no dorso azul e fusiforme
dos cardumes.
Inéditas seriam estas paisagens submersas
se o coração as não soubesse.
Construamos barcos, ilhas/barcos
derivando.»
Heitor H. Silva, in "Arqueologia da Palavra" (Horta, 1991)
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
A economia local agradece, e os amantes de cracas também!
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Foto: José Borges |
A produção de cracas em regime de aquacultura está a um passo de entrar no mercado açoriano. Depois dos estudos e do ensaio-piloto, o projecto do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) chegou à fase de produção comercial, prevendo-se que em 2011 já exista uma ou até duas estruturas de dimensão comercial em pleno funcionamento. Este projecto, coordenado pelo cientista Eduardo Isidro, parece ter boas pernas para andar e assim contribuir para o desenvolvimento da economia da região, em particular das ilhas Faial e Pico. É, sem dúvida, um bom exemplo da ponte que se pode e deve fazer entre a excelência da academia e a vida real, pondo o investimento feito na ciência ao serviço da população.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Isto é absolutamente escandaloso!
Se nos dias de hoje a governação do País já está dependente dos mercados internacionais, imaginem o que vai acontecer a partir de agora, que os partidos políticos vão passar a poder investir na bolsa. E eu que pensava que o inside trading era crime... Esta notícia é absolutamente escandalosa. E muito preocupante.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
A Cadeia de Santa Engrácia
Perante esta notícia, começo a pensar que só quando houver uma revolta das grandes na sobrelotada Cadeia de Ponta Delgada é que as obras vão arrancar de vez. Está visto que gastar dinheiro com prisioneiros não dá votos!
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Estaremos condenados ao domínio das águas vivas?
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Águas vivas nos mares do Pico (Foto: Paulo Pinheiro) |
O aquecimento das águas dos mares e o desaparecimento de algumas espécies de peixe, vítimas da pesca intensiva, são a explicação para o aumento da frequência de águas vivas nos mares da região Nordeste Atlântico, segundo um estudo de investigadores ingleses e irlandeses divulgado hoje pelo DN. O estudo é pertinente e deixa pistas importantes também para o futuro dos mares açorianos. Será esta também a explicação para o aparecimento de cada vez mais águas vivas nos nossos mares, que tantos transtornos causaram aos vereaneantes de todas as ilhas ainda este Verão? Estaremos condenados a ver as nossas águas ser dominadas por estas espécies gelatinosas? Ou haverá forma de repor o equilíbrio dos ecossistemas marinhos?
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Última curta de Manoel de Oliveira no Faial Filmes Fest
Apesar das dificuldades financeiras com que se vem debatendo o Cineclube da Horta, a organização do Faial Film Fest não baixou o padrão de qualidade a que já nos tem vindo a habituar. Manoel de Oliveira vai ser o homenageado da edição deste ano, que arranca dia 31 de Outubro e terá na apresentação do seu último trabalho um dos grandes momentos do certame. Além da curta-metragem de Oliveira, intitulada Painéis de S. Vicente de Fora - Visão Poética, a selecção oficial do Festival conta com 58 filmes, escolhidos de entre um número recorde de participações, que este ano foram alargadas aos países lusófonos. Para ver no Teatro Faialense, até 7 de Novembro.
Uma recomendação para o próximo fim-de-semana
Depois da anunciada ruptura nas negociações entre o Governo e o PSD para o Orçamento de Estado, não há nada que enganar: no próximo fim-de-semana guardem bem as vossas abóboras e vamos mas é todos pedir pão-por-Deus!
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Governo dos Açores no topo dos esbanjadores
Em ano de crise, os Organismos do Estado gastam dinheiro em festas e consultores. Esta notícia da TSF explica muito do País que somos hoje. E o melhor exemplo vem directamente dos Açores, com o Governo Regional a pagar a festa mais cara do País, pela módica quantia de 1,5 milhões de euros. A continuar assim, nem os cortes nos salários dos funcionários públicos vão chegar para tapar os buracos. Haja vergonha senhores!
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Na ressaca do centenário

Depois da festa, vem a ressaca. Continua por terminar a Casa Manuel de Arriaga, cujo projecto foi concebido para comemorar dignamente o centenário da República nos Açores, e em particular no Faial, terra do nosso primeiro presidente. Se o Governo Regional tivesse cumprido com as suas promessas e obrigações, a inauguração devia ter sido por estes dias, com a pompa e circunstância que a recuperação das ruínas da família Arriaga merece. Depois de sucessivos adiamentos, a obra agora está finalmente a andar. Só esperemos que não seja preciso outro centenário para que seja finalmente concluída. Com sorte, bastar-nos-á esperar pelas próximas eleições regionais...
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Uma República eternamente adiada?
Cem anos de República. Cem anos de tragédias, mortes, ditaduras, revoluções, crises e desvarios, mas também cem anos de mudanças profundas, evoluções naturais e progresso q.b. De certa forma, podemos falar da redescoberta de um lugar português no mundo. Mas quando todos esperavam que estes cem anos de República Portuguesa fossem celebrados com verdadeira grandeza e circunstância, Sócrates revelou um País novamente à beira de afundar, deixando o fantasma da incerteza a pairar sobre todas as aparentes conquistas. Na hora do balanço centenário, fica a inevitável pergunta: estará Portugal condenado a ser uma República eternamente adiada?
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
O País já não está de tanga. Está nu!
De nada serviu tapar os olhos com a peneira, porque a realidade acaba sempre por mostrar aquilo que muitos insistem em não querer ver. O País já não está de tanga. Está nu. Completamente nu. Despido de tangas e outros fios dentais, criados por um Governo que só pensou no estilo e na sedução dos portugueses. Agora, sem ter qualquer trapo para se cobrir, o País vai ter de correr mundos e fundos para se manter aquecido durante o Inverno que aí vem. Um Inverno longo e penoso, como poucos acreditaram ser possível. E não se iludam os açorianos, porque a região também vai pagar a sua parte da factura para não enregelar os ossos. Quando a coisa aperta, é como escreve director do Jornal de Negócios, Pedro Santos Guerreiro: «Nestas alturas, somos sempre todos iguais. Eles contam connosco. E nós não contamos com mais ninguém.»
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Assim, não há maravilha de Portugal que faça milagres!
Como é que é possível que nos dias de hoje ainda haja quem despeje mais de 300 quilos de pasta de queijo numa ribeira? Um volume desta Natureza não é apenas inconsciência ambiental, é criminoso mesmo... Assim, não há maravilha de Portugal que faça milagres!
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Assim, não há iniciativa privada que resista!
Quando o Estado luta com dificuldades económicas e os milhões estão longe de chegar para as necessidades de todos, faz-me confusão que se continuem a colocar entraves a quem ainda se atreve a apostar no investimento e na inovação. A notícia da RTP-Açores, citada neste post do blogue Mente Livre, é uma pequena amostra dos entraves desnecessários que se colocam à iniciativa privada numa terra carente de investimentos e emprego como a ilha do Faial. Com "facilidades" destas, não admira que por aqui só as empresas públicas se multipliquem à velocidade dos cogumelos...
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