Ver a Guiné nos telejornais, reavivou-me as palavras do meu pai. "Como não quero deixar este mundo com isto escondido, sinto a satisfação do dever cumprido, aliviando um fardo que carrego há uns 35 anos", escreveu ele no livro Guiné - A cobardia ali não tinha lugar. Não estranho por isso que o documentário “Guerra”, de Joaquim Furtado, tenha dado a muitos ex-combatentes vontade de começar a falar sobre a vida que sofreram e fizeram sofrer no Ultramar.
Ainda há muito por dizer sobre o que tememos que tenha ficado calado. E não tenhamos ilusões: nesta guerra, os nossos homens não foram diferentes de outros. Humilharam e foram humilhados, mataram e morreram, foram vítimas e carrascos, humanos e desumanos. Foram simplesmente homens. Que depois se tornaram farrapos, pedaços de vidas incompletas e nunca plenamente vividas.
1 comentário:
Pura realidade.
E tu bem sabes, melhor do que muitos.
Porque se tenta ignorar a historia?
Um abraço
amigo do Canal+
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