Sei que paisagens como esta não precisam de palavras, e que palavras como as do mestre Pedro da Silveira - que abaixo reproduzo - conseguem ser eternas sem qualquer imagem que não a produzida pelos seus próprios versos. Ainda assim, aqui as junto, porque não consigo olhar para uma sem pensar na outra.
«4. (Demandando Porto)
Monte Queimado: chaga preta!
Dentro de ti, sei lá,
ainda o fogo rebenta
intestinos de pedra.
Mas a cidade deita-se a teu lado,
dorme contigo,
acorda
contigo ao lado.
E contigo, sem medo,
em mil navios navega,
contigo sabe os nomes
de mil navios mortos.
É um deserto a baía!
O Monte Queimado,
a cidade,
a baía…»
Pedro da Silveira, Diário de Bordo, in fui ao mar buscar laranjas
Monte Queimado: chaga preta!
Dentro de ti, sei lá,
ainda o fogo rebenta
intestinos de pedra.
Mas a cidade deita-se a teu lado,
dorme contigo,
acorda
contigo ao lado.
E contigo, sem medo,
em mil navios navega,
contigo sabe os nomes
de mil navios mortos.
É um deserto a baía!
O Monte Queimado,
a cidade,
a baía…»
Pedro da Silveira, Diário de Bordo, in fui ao mar buscar laranjas
Crédito Foto: Lídia Bulcão
2 comentários:
continua a ser a mais bela pequena cidade do mundo que conheço... que não é tão pouco assim.
Também palavras do mestre, essas da mais bela pequena cidade do mundo :)
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