segunda-feira, 13 de julho de 2009

Um País dormente

Fico verde quando ouço alguém dizer que não vai votar porque não tem "pachorra". A lenga-lenga que se segue muda invariavelmente entre o "votar para quê"e "não vou fazer diferença". Mas pior fiquei quando ouvi uns iluminados - surpreendidos com a abstenção galopante - defenderem o voto obrigatório, em vez de tentarem perceber o que está a fazer apodrecer a raiz da nossa democracia. E quando pensava que já nada podia piorar, eis que surgem múltiplas notícias sobre os erros e as repetições do sistema eleitoral nacional. Um País que tem um simplex fabuloso mas não consegue ter uma Base de Dados de Recenceamento Eleitoral decente - em que não se repitam 614 vezes o registo de um mesmo eleitor - só pode ser um País dormente.

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma boa medida que o tal iluminado do voto obrigatório poderia adoptar era escolher melhor os representantes da Região na AR. A quem serviu o estatuto dos Açores? Para liquidar o capital de simpatia dos Açores no resto do País?

og disse...

Não é bem assim senhor Anónimo, os açorianos não foram directamente consultados sobres esta questão do estatuto dos açores, por isso, ninguém com bom senso pode culpar o povo açoriano pela aprovação desse estatuto. Quanto ao capital de simpatia, parece-me transparecer aí mais uma questão de inferioridade açoriana, do género, coitadinhos dos açorianos, são tão giros! Acho que se as generalidade das pessoas têm simpatia por nós, isso apenas apenas se deve ao facto de sermos de facto únicos, de termos as nossa singularidades próprias....

Na realidade, e como já foi aqui escrito num post sobre a abstenção, nós os açorianos temos uma tendência geral para nos alhearmos das eleições que aparentemente não nos dizem respeito, e isso é um erro que tem de ser apontado para que mudemos a nossa atitude em relação às questões que dizem respeito ao país em geral e não só aos assuntos que se referem aos Açores.

Anónimo disse...

Fala assim quem, na realidade, não sabe o que é o Estatuto Político Administrativo da Região Autónoma dos Açores, aprovado por unanimidade na ALRA e que veio, para além de muitas outras coisas, reforçar a nossa Autonomia!

Bia