Passaram 11 anos, mas o dia 9 de Julho nunca mais será um dia como outro qualquer no calendário dos faialenses. Os 20 segundos que estremeceram o despertar das gentes naquela madrugada de 1998 mudaram o rumo das coisas que se queriam eternas. Não falo de números, porque as vidas roubadas e as casas destruídas não se podem contabilizar numa simples equação de euros ou, pior ainda, numa estatística sem sentimentos.
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Falo antes de vidas apagadas e memórias roubadas.
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De fachadas rasgadas e gerações desfalcadas.
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Mas falo também de vontades tisnadas e labutas diárias,
de esforços marcados e forças reerguidas.
Falo sobretudo de gentes renascidas na dor das ruínas
e amparadas nos desígnios da fé, que ainda hoje lutam
para que estas imagens se apaguem durante a noite.
É por eles, e por todos nós, que todos os outros não devem jamais esquecê-las!
Fotos: LBulcão
4 comentários:
Bom post.
Sempre foi duro viver nos Açores. Mas nunca deixará de ser gratificante.
Senti e vivi isso tudo. Todas essas sensações, emoções e momentos.
Ainda hoje fecho os olhos e sinto o cheiro da terra revolvida naquele dia...
Beijo
Naquela manhã do dia seguinte(10), chegámos juntas (tu,eu e m/irmã) à "boca de cena"... Lembras-te Lídia? E a incredulidade e o terror que senti, e o grito de raiva e de dor que a minha alma calou perante o que os meus olhos enxergavam,ficaram gravados no mais profundo de mim. Mas,apesar dos vulcões e dos tremores, apesar da destruição, dos ventos e das tempestades,as nossas gentes, mais uma vez, reergueram a ilha. E eu continuarei a afirmar "até que a voz me doa" : não troco as minhas ilhas por nenhum outro lugar do mundo!
Um abraço.
Nem quero lembrar, no entanto cada dia que passa é como um novo começo e volta-se a lembrar tudo.Por aqui os estragos não foram muitos, mas a televisão, a rádio, tudo nos mostrou.Passaram 11anos, mas quantos mais?
Um inigma que nos faz recordar sempre.
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