sexta-feira, 31 de julho de 2009

O mar por inteiro na Semana do Mar 2009


Não sei se a Semana do Mar já ganhou a maturidade que a organização proclama, mas é bom ver que aos 34 anos a festa não tem medo de regressar às suas origens náuticas, nem tão pouco de homenagear a génese da sua cidade. A grande envergadura internacional dos eventos naúticos agendados para este ano comprova que a cidade-mar não é, nem pode ser, apenas um epípeto para turista ver. Durante a próxima semana, os faialenses vão mostrar como se pode viver por inteiro esse azul, que é um pedaço inteiro do melhor que as nossas ilhas têm para oferecer.

Imagem: Cartaz da Semana do Mar

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Marinas têm de ser mais do que portos seguros


Com a intensidade própria da ilha azul, a cidade-mar continuam a mostrar a todos os açorianos que os portos e as marinas dos Açores não são, nem podem ser, apenas meros pontos de chegadas e partidas. Mais do que cais de abrigo para aventureiros ou garagem para os velejadores locais, os portos e as marinas açorianos são verdadeiros focos de vida. Que podem e devem ser transformados em pontos de amaragem do desenvolvimento económico e social local, sustentado na paisagem, nas gentes e na arte de bem acolher. Só assim o investimento compensa e a verdadeira magia pode então acontecer.
Fotos: © Stéphanie GASPARI

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A dimensão mágica de uma baía internacional


Por estes dias, o mar da ilha azul tem ganho uma dimensão mágica, com as entradas e saídas de regatas internacionais como Les Sables/Horta/Les Sables, Route des Hortensias e Vannes/Horta/Vannes. A velocidade estonteante com que os veleiros internacionais amarram e desamarram na Horta são a melhor prova de que a sua baía já deixou de ser apenas um pequeno porto seguro no meio do Atlântico e passou a ser uma rota obrigatória para quem se movimenta no mundo naútico.
Fotos: © Stéphanie GASPARI

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Os números que não se podem esconder

No final de Junho, Teixeira dos Santos punha-se em bicos de pés para anunciar o fim da crise em Portugal. Mas eis que agora outros indicadores trazem para cima da mesa o que o Governo tenta esconder debaixo da toalha. O número de desempregados cresceu 28 por cento em Junho e o mesmo ministro vem agora dizer que são uma consequência normal da crise. A mesma que em Junho passado já estaria a aterminar em Portugal. E ainda há quem acredite nele...

Uma lição exemplar vinda do Nordeste

A Câmara Municipal do Nordeste deu esta semana uma lição exemplar de como fazer o investimento certo numa autarquia. Com o lançamento da primeira pedra de uma central de vermicompostagem (compostagem com minhocas) no concelho, a autarquia mostra que para servir bem o essencial é ter vontade de marcar a diferença. Este empreendimento, financiado a 85% pela UE, coloca o Nordeste como pioneiro na região no que toca ao tratamento dos resíduos urbanos, um dos principais problemas dos municípios açorianos. Quem ganha são os nordestinos, cujos solos serão menos agredidos e os impostos poupados mais bem aplicados. E como se não bastasse a certeza de estar a servir bem os seus munícipes, o Nordeste ainda vai ocupar um lugar de destaque na inovação internacional, já que é o terceiro a nível mundial - depois de Famalicão e de Beja - a avançar com um projecto desta dimensão. A falta de dinheiro não pode ser desculpa para a falta de inovação nas ilhas, sobretudo quando há fundos comunitários à espera de serem bem aproveitados.
Crédito da foto: Quercus

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A coragem de escolher outro percurso

A decisão não foi fácil. Porque não são fáceis as escolhas que nos trocam os carris da vida. Mas os mapas têm caminhos que os traços gordos nem sempre nos deixam ver. Às vezes, é preciso parar e olhar para além do emaranhado de linhas amarelas e vermelhas que nos levam ao percurso de sempre. Às vezes, é preciso ter coragem de tomar um caminho alternativo e de dar a nós próprios a oportunidade de descobrir o que realmente nos importa. E a mim o que me importam são estas ilhas. A que trago dentro de mim, a que vejo em frente, a que se estica canal fora, a que espreita lá ao fundo, a que se esconde por trás do triângulo, a que se ergue a ocidente, a que se abriga a oriente, a que se espraia ao sol e a que se expõe ao mar. São elas que movem os meus desejos, são elas que ordenam as minhas vontades, são elas que ditam o meu querer. E por elas enfrento qualquer mar revolto e até os piratas mais audazes.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Pormenores de "Trasfega"

«Já que te arvoraste em empreiteiro da obra, reinventaste-te (palavra fácil), subiste aos andaimes da vontade, arregaçaste as mangas e, em jeito de desgrenhado declamador lírico, gritaste, "Acabaram-se os vómitos, as vertigens, as palpitações, os suores frios, os medos miúdos, os remorsos, as culpas, o perigo iminente do cancro..." Neste ponto, empalideces, trocas o passo aos pensamentos, quase que cais dos andaimes aonde te guindaste com um suculento et cetera e tal... "Agora", meditas, "é preciso cunhar de ouro a minha decisão inexorável".
in «Trasfega», de Cristóvão de Aguiar

Democracia em compromidos

A propósito das culpas que os políticos teimam em jogar para cima da comunicação social quando estão a perder o pé, João Miguel Tavares foi mais longe e teve uma tirada muito pertinente. "É uma pena que não se vendam comprimidos de democracia nas farmácias", escreve ele na sua crónica desta semana, no Diário de Notícias. E a ideia nem é descabida de todo. Alguém dúvida que teriam muita saída nas farmácias açorianas?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Uma presidência "sem fios"

Uma visita ao site da recandidatura de João Castro à Presidência da Câmara da Horta mostra a profundidade do trabalho que tem sido feito na cidade nos últimos anos: o maior feito destacado pela presidência socialista é a instalação da rede de wireless gratuita em todo o concelho. Mais palavras para quê?

SATA oferece 10 kg de bagagem aos estudantes

Finalmente uma boa notícia para os estudantes açorianos, que não têm outro remédio senão andar com a casa às costas. Pena que seja só no mês de Setembro.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Um País dormente

Fico verde quando ouço alguém dizer que não vai votar porque não tem "pachorra". A lenga-lenga que se segue muda invariavelmente entre o "votar para quê"e "não vou fazer diferença". Mas pior fiquei quando ouvi uns iluminados - surpreendidos com a abstenção galopante - defenderem o voto obrigatório, em vez de tentarem perceber o que está a fazer apodrecer a raiz da nossa democracia. E quando pensava que já nada podia piorar, eis que surgem múltiplas notícias sobre os erros e as repetições do sistema eleitoral nacional. Um País que tem um simplex fabuloso mas não consegue ter uma Base de Dados de Recenceamento Eleitoral decente - em que não se repitam 614 vezes o registo de um mesmo eleitor - só pode ser um País dormente.

A distância virtual é um passo curto

Os ecos da recente polémica do Twitter na ALRA só provam que os deputados açorianos - por ingenuidade ou desconhecimento - ainda não perceberam bem o impacto que a Internet e as redes sociais podem ter no debate político. O hemiciclo há muito tempo que deixou de ser um espaço público fechado. A Internet, hoje, pode ter tanta ou mais força do que a televisão. E do impulsionar ao destruir, vai um passo muito curto. Era bom que os membros de todas as bancadas se lembrassem disso!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Equação de sentimentos e destruição

Passaram 11 anos, mas o dia 9 de Julho nunca mais será um dia como outro qualquer no calendário dos faialenses. Os 20 segundos que estremeceram o despertar das gentes naquela madrugada de 1998 mudaram o rumo das coisas que se queriam eternas. Não falo de números, porque as vidas roubadas e as casas destruídas não se podem contabilizar numa simples equação de euros ou, pior ainda, numa estatística sem sentimentos.
Falo antes de vidas apagadas e memórias roubadas.
Falo de casas destruídas e de lugares ceifados.

De ruas esventradas e almas destroçadas.

Falo de famílias devaçadas e comunidades estranguladas.

.
De fachadas rasgadas e gerações desfalcadas.


De laços esfaqueados e sentidos testados.


Mas falo também de vontades tisnadas e labutas diárias,
de esforços marcados e forças reerguidas.

Falo sobretudo de gentes renascidas na dor das ruínas
e amparadas nos desígnios da fé, que ainda hoje lutam
para que estas imagens se apaguem durante a noite.

É por eles, e por todos nós, que todos os outros não devem jamais esquecê-las!

Fotos: LBulcão

terça-feira, 7 de julho de 2009

Cidades criativas precisam-se!


O conceito de "Cidades Criativas" ainda está a dar os primeiros passos em Portugal, um país que os especialistas nacionais e internacionais, reunidos hoje em Lisboa, reconhecem ser ainda "demasiado sério e quadrado". Mas dentro do conservadorismo nacional há boas práticas e bons exemplos, com os de Guimarães, Óbidos, Paredes e Cascais, concelhos que souberam fazer da criatividade um factor de competitividade e desenvolvimento económico. O sucesso destas quatro cidades foi, aliás, o ponto de partida para a conferência que trouxe a Lisboa especialistas nacionais e internacionais, agora motivados para criar uma Rede Internacional de Cidades Criativas. Em ano de eleições autárquicas, era bom que os nossos autarcas se inspirassem nestes bons exemplos. Talvez assim, também nos Açores - e em particular no Faial - seja possível ter bons exemplos dentro de uma década. É tempo de fazer da utopia uma realidade bem mais divertida!

Há um mês foi assim no Canal


Esta imagem bem podia ser eterna, mas o calendário não mente. Faz hoje um mês que o canal de Nemésio deu as boas-vindas a Genuíno Madruga, naquele que foi o seu segundo regresso ao porto de todos os aventureiros. Para celebrar a muito esperada chegada a casa, o site oficial do pescador-velejador publicou também outras fotos. Para ver aqui.
Crédito da foto: João Ávila

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Telabags cria com espírito Açores

Acaba de chegar ao mercado uma nova colecção especial da Telabags inspirada nos Açores. Criada em colaboração com a Associação Regional de Turismo (ART), esta colecção aproveita catálogos e brochuras usadas para divulgar a ilha Terceira, transformando-as em modernas malas, bolsas e porta-moedas ecológicos. A já famosa marca portuguesa - catapultada a nível internacional graças à sua colecção Harrods, feita a partir de telas de publicidade dos famosos armazéns londrinos - continua a mostrar que é possível inovar com criatividade.
Crédito da foto: Telabags

Pequenas mudanças que trazem grande poupança às autarquias

Em ano de eleições, é tempo das autarquias locais perceberem que não basta mostrar como podem gastar melhor o dinheiro dos contribuintes. É preciso também mostrar como podem poupá-lo de forma eficiente. Os municípios do Barreiro, Moita e Alcochete iniciaram ontem um projecto piloto de troca da iluminação pública por outra mais económica, mostrando que pequenas mudanças podem fazer grandes diferenças. Um exemplo que as autarquias açorianas deviam ter em conta.