Esta história da jovem bipolar que foi transferida de Ponta Delgada para tratamento no Hospital da Horta é inenarrável. Pelo insólito da situação e porque é sintomática do estado de degradação a que chegou a Saúde na Região Autónoma dos Açores. O passivo do sector ronda os 600 milhões de euros (equivale a quase metade do passivo do Ministério da Saúde no continente português) e os dois maiores hospitais da região estão falidos. Mas parece que ainda há dinheiro para pagar 16 ordenados de altos dirigentes em duas Unidades de Saúde que não têm mais do que cinco médicos no total. E enquanto o Secretário Regional da Saúde está ocupado a afundar o que sobra do sector, cerca de 80 mil açorianos continuam sem médico de família e muitos outros ainda estão em lista de espera para uma consulta ou cirurgia. No meio de toda esta confusão, só não deixa de ser algo irónico ouvir o espanto com que alguns micaelenses reagem ao facto de terem de ser transferidos para tratamento noutra ilha, uma realidade que infelizmente qualquer habitante das ilhas "menores" já foi obrigado a encarar como "perfeitamente" normal. Tão normal quanto o descalabro das contas públicas socialistas.
Sem comentários:
Enviar um comentário