Foto: http://pt.wavec.org/client/files/Pico_onda.jpg |
Numa região com tanto potencial marítimo como os Açores, custa a acreditar que os responsáveis políticos ainda não tenham aberto os olhos para o filão inexplorado que têm à frente dos olhos. E é difícil aceitar que um projecto inovador como foi o da Central de Ondas do Pico possa acabar assim, abandonado por falta de financiamento. O presidente do Governo Regional passa a vida a gabar-se de que a região tem um "superavit", então porque raio não dispensa uns meros 500 mil euros para recuperar uma estrutura desta importância? Será porque as contas não são bem assim, ou porque a Central de Ondas da ilha do Pico fica muito longe do palácio de Sant'Ana?
8 comentários:
Essa história sempre me fez muita confusão. Porquê e porque não. Até que, un dia, um técnico me explicou que a exploração dessa central não é rentável nem sequer do ponto de vista ambiental e que vale mais investir em parques heólicos do que nesta tecnologia obsoleta. Não sei o que tem sido feito no Pico em termos de renováveis por este governo. Mas em Santa Maria, Graciosa, São Jorge, Faial e Flores, ou seja muito longe do Palácio de Santana, têm sido feitos investimentos bastante grandes. O Centralismo, aqui, também existe, é um facto mas não neste caso em que inclusivé o Director Regional é das Flores e o Secretário é da Terceira.
Sim, a tecnologia desta estação já está um pouco obsoleta, mas a sua recuperação e actualização não custa assim tanto. Depois de muitos avanços e recuos, hoje já sabemos que aproveitamento das ondas do mar é viável e já está a ser feito (bem) noutros países e até mesmo em Portugal (com a grande central de Leixões). Sei que o investimento inicial no Pico foi elevado e experimental, sobretudo porque na altura não havia nada do género no País e quase nada na Europa, mas a verdade é que apesar de ser pioneira nunca foi acarinhada para poder evoluir mais e melhor, beneficiando toda a região. Segundo os técnicos, a força das ondas do Pico é capaz de produzir energia para abastecer toda a ilha, sem ser necessário recorrer a outras energias alternativas, como a eólica, que é rentável mas não suficiente.
Concordo quando dizes que os Açores têm de facto apostado nas renováveis, sobretudo eólica e geotérmica (q se tem revelado um fiasco na Terceira, por exemplo). Mas não se tem apostado no mar, que é um filão inesgotável e permanente.
No que toca às ondas, começámos por ser pioneiros, ainda que com um projecto do Instituto Superior Técnico, coordenado por uma Engenheira faialense. Mas depois não soubemos rentalizar a experiência e evoluir, de forma a podermos depois exportar esse "know how".
Pode não haver centralismo nas renováveis, mas também não há vontade de fazer da central das ondas do Pico um caso de sucesso. E não é por falta de 500 mil euros...
Desculpem mas nós temos um Director Regional das Flores?? A sério?? Quem é??
Tem razão Ana, não é das Flores. Suponho que o Nuno se estivesse a referir ao Frederico Cardigos, que é do Corvo, embora tenha nascido no continente e viva já há alguns anos no Faial...
Estava a referir-me, e bem, ao Director Regional que tutela a energia e a eficiência energética, Prof. Cabral Vieira que é natural da Flores.
Nesse caso, estava certíssimo. Confesso que também desconhecia que ele fosse das Flores.
Um investimento destes não tem que ser obrigatoriamente rentável. Pode muito bem ser pioneiro na investigação deste tipo de energia. Será que a universidade dos açores poderia ter algum interesse neste projecto? Não sei, mas era um hipótese.
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