terça-feira, 1 de junho de 2010

Será que não aprendemos nada com a Madeira?

Foto: Faial Digital

O Faial está novamente debaixo da fúria da Natureza. Quando não são os sismos, é a chuva, que cai na ilha há mais de 24 horas e já começou a tomar proporções perigosas, segundo a notícia divulgada pelo portal Faial Digital. Sabemos que quando a Natureza se enfurece, não há nada que lhe resista. Mas a incúria na limpeza e manutenção das estradas, muros, grotas e ribeiras de toda a ilha não é culpa da Natureza. Será que não aprendemos nada com o que aconteceu na Madeira?

5 comentários:

César João disse...

Por aqui é todos os dias,sinceramente,já satura.
Estes tempos andam todos virados ao avesso!

Carlos Faria disse...

Tenho olhado para o que cá se tem passado como técnico e como quem sente o problema por dentro, mas sem responsabilidades profissionais.
O nosso caso é diferente do da Madeira. Nós não tivémos uma intensidade muito alta de chuva, tivémos uma duração muito longa desta(quase 48 h). deu-se então a saturação dos solos e começaram os pequenos escorregamentos.
Paralelamente, houve alguns entupimentos por arraste das águas de escorrência para o interior das ribeiras que estavam relativamente limpos inicialmente.
Por isso os problemas acima só ocorrem no 2.º dia.
O susto que passei na Praia do Almoxarife relaciona-se mais por as nossas vias não terem uma rede de drenagem superficial adequada, este sim, é sobretudo culpa humana, mas é ainda uma situação diferente da Madeira.
Claro que o ordenamento do território influi muito, se a Ribeirinha de hoje fosse a de 1998 teríamos tido problemas graves nesta freguesia também.

A ilha dentro de mim disse...

Geocrusoe,
Ainda bem que houve uma série de iniciativas recentes que ajudaram a limpar a ilha, mas de qualquer forma é caso para perguntar: já pensaram o que poderia acontecer se o nível de chuva fosse mais intenso? Os problemas da drenagem não são, de facto, de hoje e acontecem em diversos pontos da ilha. Só a título de exemplo, ainda há pouco tempo ouvi queixas de moradores do Chão Frio que diziam que a chuva mais ou menos normal tranformava a sua rua numa ribeira, porque não havia valetas... Fazer-se estradas novas sem deixar espaço para a água correr é estar a pedi-las!!!

Carlos Faria disse...

O caso que deste como exemplo foi precisamente o que me atingiu, próximo do cruzamento do Chão Frio com a E Regional e é aquele que disse ser culpa humana.
Claro que no Faial também já houve uma casas reabilitadas ou construídas muito perto das ribeiras nos últimos anos, que podem um dia gerar problemas semelhantes.
Eu alertei as obras públicas do risco de escorregamento no Ribeiro Seco, só agora foi intervencionado e de novo afectado pois a situação agravou-se e as obras ainda não tinham assentado.
Há vários problemas, quis salientar sobretudo que a situação aqui foi diferente da da Madeira

A ilha dentro de mim disse...

Percebido. A minha pergunta vinha mais no sentido em que há coisas que são directamente resultado da acção humana (ou inacção), e que não passam só pelas ribeiras. No geral, acho até que se tem evitado construir junto às ribeiras, mas ainda há demasiados exemplos que um dia podem correr mal, como na Feteira, onde ainda existem muitas casas nessas condições. Enfim, acho que temos de continuar a levantar estas questões para que um dia não seja tarde demais.