sexta-feira, 30 de abril de 2010

Um político conformado já se devia ter arrumado!

Foto: Estação Radionaval da Horta, em Agosto de 2009

O encerramento da Estação Radionaval da Horta foi esta semana finalmente assumido por quem de direito, para grande indignação de todos os que lutaram activamente contra ele, bolo em que me incluo, já que durante a última campanha para as Legislativas alertei publicamente para o risco que a economia faialense corria se este encerramento se confirmasse sem alternativas que compensassem a retirada da ilha.

Os representantes socialistas na República fizeram de conta que o assunto não era com eles e a verdade é que durante todos estes anos as autoridades locais nada fizeram para impedir ou atenuar a decisão da Marinha, tomada com o beneplácito e incentivo do Governo Regional dos Açores. Agora, a decisão assumida representa mais um tiro de canhão na economia faialense, que vive um dos momentos mais conturbados dos últimos tempos e tende a enterrar-se de uma forma vertiginosa.

Depois da COFACO e da CALF, muita coisa havia ainda para dizer. Mas há palavras absurdas, que não se podem permitir a um presidente de Câmara com responsabilidades: um político que se assume conformado é um político que já se devia ter arrumado. E há que dizê-lo sem medo. Porque o medo de defender o que é nosso está a corroer as entranhas da ilha e o coração do desenvolvimento local. Amanhã já é tarde demais.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Partes de nós II


Há uma parte de nós
que se encolhe e se amarra,
como uma fria humidade
por dentro da bruma molhada.

Há uma parte de nós
que anda em círculos complexos,
a descobrir o mundo dos outros
e sem encontrar os convexos.

Há uma parte de nós
que segue sem olhar para trás,
mas passa o resto da vida
sem o que importa mais.

Lídia Bulcão

Crédito da foto: Mário Leal

Partes de nós I

Há uma parte de nós
que fica presa na ilha,
qual pedaço de papel trancado
numa caixa escondida.

Há uma parte de nós
que se arrasta pela areia,
como se fosse um barco a remos
rumo ao som de uma baleia.

Há uma parte de nós
que empurra o calhau,
como se afastasse o pontão seguro
para se fazer livremente à nau.

Há uma parte de nós
que se ergue sem pensar,
caminhando firme na lonjura,
mas sempre em direcção ao mar.

Lídia Bulcão

Crédito da Foto: Mário Leal


sexta-feira, 23 de abril de 2010

Que finalmente encontre a Luz!


Conheci o pintor António Cavaco Silva em Outubro passado, aquando da inauguração da sua exposição de despedida "Caminhos de Luz". Impressionou-se pela tenacidade com que enfrentou a dor e a luta contra a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa que poucos tem noção do que significa e do pesadelo que representa para quem a vive. Hoje, ao saber da sua morte fiquei triste. Foi mais uma estrela potente que se apagou no firmamento desta imensa dor que a ELA representa. Que brilhe mais alto e que a sua obra continue a iluminar o caminho de outros que, como ele, continuam a tentar levar alguma luz para o caminho das trevas.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Não há longe, sem distância...

«Afinal, a lonjura não é mais do que a consciência de que o nosso desejo
não depende apenas da nossa vontade para se realizar. »

Escrevi esta frase há dois anos, e nunca como hoje me pareceu fazer tanto sentido.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Vamos todos dizer NÃO!!!


Não há estudos conhecidos, não há dados disponíveis, nem há números concretos. Mas há pelo menos uma certeza: a decisão de permitir treino de caças na Base das Lajes é meramente política. E Carlos César vai assiná-la por baixo, sem hesitar, se os açorianos não ousarem levantar a sua voz para dizer bem alto que NÃO.

“Mas dizer não porquê?”, perguntarão alguns, talvez menos informados, menos preocupados, menos indignados. As razões são muitas e têm sido amplamente esgrimidas pelo Movimento Contra o treino de caças F-22 americanos na Base das Lajes, que em protesto crescente a partir de um grupo criado no Facebook vai entregar hoje uma petição on-line ao Governo Regional dos Açores.

Entre as muitas razões a favor ou contra, incomoda-me particularmente ter ouvido gente séria quase rendida aos dólares que isso poderá significar para a ilha Terceira. Percebo que um terceirense deva estar preocupado com os interesses da sua gente primeiro que tudo, mas é em nome desses mesmos interesses que o não se devia ouvir mais alto.

O número de americanos que possam vir para as Lages nunca poderá compensar o estrago de ter caças a treinar nos céus da região. E digo isto porque, vivendo próximo da Base Aérea do Montijo, sei o que é ter aviões potentes a passar de rompante. E não são sequer caças a sério, nem em qualidade, nem em quantidade. Imagino se fossem…

O que me interessa aqui frisar antes de mais é que, só por si, o barulho, a poluição e o rótulo "pro-war" que o arquipélago vai ganhar - entre outros que tais - podem trazer mais prejuízo à economia regional do que tostões americanos que lá possam ficar em contrapartida, afectando não só a Terceira mas a região como um todo. E mesmo sem dados exactos sobre aquilo que o Governo Regional já deve saber e ainda nos esconde, confesso que a decisão, só por si, me incomoda por princípio. Como pode compensar o dinheiro ganho com o treino de caças e mísseis nos Açores?

A verdade é que no que toca à Base das Lajes, os americanos nunca ficaram a perder. Nem os americanos, nem sequer o resto do País, que sempre lucrou mais contrapartidas do que a própria região em todos os processos relacionados com as Lajes. E isto já para não falar na nuvem negra que vai pairar sobre o turismo de natureza que a região se orgulha de promover, nem sobre os seus efeitos no turismo da Terceira em particular. Uma cidade património combina muito pouco com treino de caças e mísseis, e a ideia de paraíso para o turismo ainda menos.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Passos Coelho significa já melhores ventos para os Açores


A revisão constitucional proposta por Pedro Passos Coelho é sinal de melhores ventos a caminho do arquipélago dos Açores, canalizados pelo manifesto desejo de um maior aprofundamento das autonomias regionais e do reforço da lei das finanças regionais.

Apesar do líder parlamentar do PS na AR, Francisco Assis, ter desvalorizado ontem a proposta do novo líder do PSD, o vice-presidente da mesma bancada, Ricardo Rodrigues, tinha defendido aqui, há apenas seis meses, a sua evidente necessidade. Esperemos, portanto, que o deputado açoriano não mude de ideias só porque o projecto passou a ser social-democrata e a contar com a participação directa da liderança do PSD-Açores.

Para já, uma nota extremamente positiva para a região. Um dos seis responsáveis pelo projecto de revisão da Constituição vai ser o social-democrata açoriano, Pedro Gomes, deputado do PSD-Açores na ALRA, que integra o grupo de trabalho nacional constituído por nomes sonantes como Paulo Teixeira Pinto, Calvão da Silva, Jorge Bacelar Gouveia, Leite Campos e Manuel Meirinho.

Depois disto e terminado o Congresso Nacional, a líder do PSD-Açores só tem razões para sorrir: integra a Comissão Política de Pedro Passos Coelho; garantiu a sua influência neste novo PSD com a colocação de Humberto Melo, José Manuel Bolieiro, Clélio Menezes e Cláudio Almeida como conselheiros nacionais; e, como se não bastasse, teve o privilégio de ser a protagonista da primeira reunião oficial do candidato a Primeiro-ministro. Em apenas 24 horas, não é pouca coisa!
Crédito da foto: PSD-Açores

quinta-feira, 8 de abril de 2010

"A ilha dentro de mim" foi citada no "Faial Digital"

A chamada de atenção feita aqui neste blogue sobre o desaparecimento de mais de 600 produtores de leite do Faial ao longo dos últimos vinte anos, pondo em causa a indústria de lactícios da ilha, teve eco no site Faial Digital, que nos cita nesta notícia. Está enterrada, portanto, a acusação de plágio por mim aqui levantada. Foi apenas a um lamentável engano técnico, entretanto já devidamente corrigido pelos responsáveis do FD.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Uma Santa Páscoa!


Porque os dias não estão para brincadeira e a quadra é de reflexão,
porque o trabalho nunca tem fim e o tempo foge por entre os dedos,
porque o descanso faz bem à alma e a família aquece o coração,
desejo a todos os que por aqui passarem nestes dias:


Uma SANTA PÁSCOA!