Depois de um morte lenta e bem sangrada, a COFACO do Faial fechou hoje de vez as suas portas. Foi o último dia de trabalho para dezenas de trabalhadores e apenas 20 dos mais de 60 vão atravessar diariamente o canal para continuar a labuta na fábrica da Madalena. Aos restantes, restará o desemprego e a parca esperança de encontrar outro trabalho antes que termine o subsídio de desemprego (nos casos em que a ele têm direito). Saberá a ilha dar a volta por cima, e ultrapassar o actual atrofiamento dos seus sectores primário e secundário, que aqui o Mente Livre tão bem retrata? Ou estará condenada a depender mais do que nunca do funcionalismo público? E o que vai reservar o destino ao imóvel que durante décadas albergou a fábrica do peixe? Terá já a COFACO algum negócio debaixo da manga?
Coisa estranha esta de ser ilhéu. Pedaço de alma rodeado de lava por todos os lados. Ou será rodeado de... poesia?
sexta-feira, 12 de março de 2010
O fim de um ciclo
Depois de um morte lenta e bem sangrada, a COFACO do Faial fechou hoje de vez as suas portas. Foi o último dia de trabalho para dezenas de trabalhadores e apenas 20 dos mais de 60 vão atravessar diariamente o canal para continuar a labuta na fábrica da Madalena. Aos restantes, restará o desemprego e a parca esperança de encontrar outro trabalho antes que termine o subsídio de desemprego (nos casos em que a ele têm direito). Saberá a ilha dar a volta por cima, e ultrapassar o actual atrofiamento dos seus sectores primário e secundário, que aqui o Mente Livre tão bem retrata? Ou estará condenada a depender mais do que nunca do funcionalismo público? E o que vai reservar o destino ao imóvel que durante décadas albergou a fábrica do peixe? Terá já a COFACO algum negócio debaixo da manga?
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2 comentários:
A morte foi lenta e sangrada mas só agora houve eco dela e não serviu de nada. Quem pode, manda.
O edifício poderá ser a casa-museu da indústria conserveira na Horta. Aproveita-se para o efeito o facto de a fábrica ser antiga e estar degradada. As funcionárias agora demitidas serão todas readmitidas e demonstrarão ao vivo a sua ancestral arte.
Haverá cada vez mais população activa a depender do funcionalismo público mas cada vez menos gente empregada na função pública faialense. O pilim está a faltar.
Na reunião do "processo irreversível" como lhe chamaram, fizeram tudo parecer duma naturalidade comovente.
Desde o "atravessar o canal não é assim tão dramático" - dizia o Sr. que tinha vindo na lancha do Pico meio amarelado de cores, até ao passar a mensagem de que o Pico tem mais quem empregar e é mais viável - sérias reservas.
Perguntámos pela situação das 42 ex-empregadas (já que as outras 20(?) já foram mandadas embora no fim do ano)) ao que nos respondeu estar tudo resolvido legalmente, menos 8 que não teriam direito ao fundo desemprego.
Perguntámos pelo futuro do imóvel a que nos respondeu não fazer a menor ideia (sim sim... blabla).
O Faial que não se cuide.
"Mais tarde será tarde e já é tarde."
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