segunda-feira, 22 de março de 2010

Será que não aprendemos nada com os nossos avós?


A propósito do repto lançado pela associação ecológica Amigos dos Açores para recuperação do uso das cisternas açorianas, dei por mim a perguntar-me porque insistimos em ignorar algumas tradições e rejeitar os ensinamentos do passado, quase sempre sensatos e mais visionários do que então poderíamos supor. Desde a compostagem, que recupera a velha ciência dos estrumes, à recliclagem, que aproveita o que no passado se reutilizava até à exaustão, os saberes de ontem têm sido reinventados e modernizados, congregando à sua volta seguidores de uma causa maior, que é também de todos nós. Mas cuidar deste mundo que é nosso não pode ser tarefa só de alguns, nem moda que em breve irá passar. Neste dia Mundial da Água, um bem abundante para poucos e cada vez mais escasso para muitos, evoco aqui a imagem de uma cisterna de família e deixo no ar a pergunta: será que não aprendemos nada com os nossos avós?
Foto: LBulcão

3 comentários:

César João disse...

Aprender,aprendemos,o problema é passar para a prática.Às vezes também sofro "dessa doença".

Nazaré disse...

E que saudade de tirar água da cisterna com balde e corda, vazá-la no talhão de barro ao canto da cozinha, e depois bebê-la, fresquíssima, deliciosa... Sabor inigualável esse,único ! Misto do barro da talha, e do fresco das entranhas da terra. Sem cloretos de tratamento, sem arrefecimento artificial, sem paredes de plástico...
Obrigada Lídia, por esta viagem a "memory lane". Soube-me a água fresca !
Um abraço

RD disse...

Isto reflete muita coisa.
Podíamos todos ser bem mais autónomos do que somos e de graça. Apenas com algum trabalho.
Beijos.