sexta-feira, 9 de julho de 2010

Um dia que não terminou


(Foto: LBulcão)

Ontem, o meu silêncio foi o mar.
Batido e remexido,
mas não revolto nem zangado.

Ontem, a minha paz foi o aroma dos sonhos
e o sabor das pedras negras
que inalei inadvertidamente.

Ontem, o meu caminho foi um rumo solto,
feito de escarpas naturais
e terras encantadas.

Ontem, o meu desejo esfumou-se,
entre sentidos aspirados
e memórias lavradas na pedra.

Ontem, foi um dia que não terminou.
Fecho os olhos por momentos
e ouço o bravio a chamar por mim.

Lídia Bulcão

5 comentários:

Carlos Faria disse...

simplesmente lindo e seio de açorianidade.

César João disse...

Fantástico!!!

Nazaré disse...

Mais um que deve fazer parte do tal livro...
Abraço

Rodrigo Maia da Silva disse...

Para deixar aqui a minha marca:

Ontem não hoje sim,
Sinto a renascer das almas que por aqui passam,
Sinto os marinheiros que aqui se abasteciam,
Sinto a bravura dos touros que capiamos,
Sinto a ternura das pessoas que abraçamos,
Ser ilhéu não é apenas estar rodeado de mar, é sim pertencer a ele!

Cumprimentos,

Rodrigo Silva

A ilha dentro de mim disse...

Obrigado a todos pela simpatia das vossas palavras.

Uma palavra especial para o Rodrigo, que deixou aqui outra grande verdade: "Ser ilhéu não é apenas estar rodeado de mar, é sim pertencer a ele!" Lindo!