Através do Bibliotecário de Babel descobri no site da revista cultural A.23 a existência de uma carta inédita escrita por Herberto Hélder a Eugénio de Andrade em 2000. A carta, publicada agora a propósito da passagem do aniversário do poeta, pretendia ser apenas um elogio maior à sua obra, mas revela-se uma saborosa e surprendente análise pessoal à poesia do século XX.
«Não há nenhum poeta português que possa ombrear consigo neste meio século», escreve Herberto Helder, para quem «não existe um só verso que deva ser eliminado" em toda a obra de Eugénio.
E por entre os nomes maiores que o irreverente poeta madeirense cita, surge também o mestre Vitorino: «Nemésio, que considero um poeta enorme, possui, quanto a essa "ciência artesanal", algo que é menos isso do que uma estonteante agilidade filosófica e uma perigosa facilidade verbal e versificatória. Nem sempre se aguenta bem com esses dotes».
Sem dúvida, um valioso documento que vale a pena ler na íntegra.
1 comentário:
Gostava de comentar mas em se tratando de escrever sobre ... (fill in the blanks) ou apenas de escrever (com maiúscula), a minha mulher é extraordinária. A cada qual seus talentos, portanto vou já ali meter-me na minha conchinha. (risos!)
Enviar um comentário