De mansinho, e quase sem dar por eles, celebraram-se quatro anos nesta ilha. Tão de mansinho, que precisei de uma semana para dar pelo aniversário. Quis o acaso que 19 de Junho fosse o dia em que dei à luz este espaço, feito de escrita e para a escrita, ainda que moldado pelas raízes da minha inegável açorianidade. E se a escrita, como instrumento de auto-conhecimento e lucidez, é talvez o activo maior deste blogue, a açorianidade, essa, é a sua essência mais profunda. Hoje, como há quatro anos, continuo a acreditar que "a ilha é tudo menos um lugar estanque". Mas porque hoje, muito mais do que há quatro anos, sei que o "devir" é uma urgência da vida, renovo aqui os votos de que "a minha ilha" seja sempre "o lugar onde consigo ver para além do horizonte".
Coisa estranha esta de ser ilhéu. Pedaço de alma rodeado de lava por todos os lados. Ou será rodeado de... poesia?
segunda-feira, 27 de junho de 2011
domingo, 26 de junho de 2011
Depois de Saramago
«A pior cegueira é a mental,
que faz com que não reconheçamos o que temos à frente.»
que faz com que não reconheçamos o que temos à frente.»
No emaranhado desta semana, muita coisa ficou por dizer, e mais ainda por escrever. Mas por mais que o tempo nos fuja entre os dedos e a actualidade ultrapasse a velocidade dos nossos pensamentos, há emoções que não se perdem na voragem dos telejornais e efemérides a que se volta diariamente. A 18 de Junho completou-se um ano sobre a morte de José Saramago. Depois dele, nada ficou igual na literatura. Mas hoje, como ontem, continuamos a ouvir as suas palavras e a sentir os seus recados presentes. Como se nunca tivesse partido.
Foto retirada de: http://becre-esct.blogspot.com/2010/06/morreu-jose-saramago-nobel-da.html
sábado, 18 de junho de 2011
Um novo "Mundo Açoriano"
Ando por aí um novo Mundo Açoriano à espera de ser descoberto. Tropecei nele quase por acaso, mas prometo que vai passar a fazer parte das minhas rotas obrigatórias. Porque se «o território não é o mapa», como dizia o poeta Emanuel Jorge Botelho, e se «a "açorianidade" não tem princípio nem fim», como escreveu o director do projecto Eduardo Jorge Brum, também não é menos verdade que as nossas raízes não morrem nunca, ainda que lhes falte a quantidade certa de água salgada para matar a sede. Definitivamente, «somos seres estranhos. Feitos de almas nómadas e desejos andarilhos, mas com raízes profundas e amarras eternas».
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Não há força, nem vento, para contrariar a maré
diria o que mil palavras não dizem
e mil emoções não desvendam.
Se esta Lua falasse,
diria o que nunca conseguirei escrever,
nem o engenho do fotógrafo captar.
Se esta Lua falasse,
diria o que a memória esculpiu na pedra
Se esta Lua falasse, ficaria muda.
Porque é imenso o peso do que teria para dizer,
e não há força, nem vento, para contrariar a maré.
Lídia Bulcão
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Porque os Açores serão sempre "a nossa certeza"
(Foto via Fernando Pimentel) |
Porque hoje se celebra o Dia dos Açores, devíamos todos erguer esta bandeira bem alto e gritar a nossa açorianidade aos quatro cantos do mundo. Porque hoje se celebra a nossa Autonomia, é também o dia de analisarmos o caminho que temos sido capazes de percorrer e de reconhecermos a necessidade de afinar o rumo, para que possamos enfrentar de pé as tempestades que espreitam no horizonte e alcançar juntos um futuro seguro. E porque hoje é também o dia em que a palavra Açores ecoa mais fundo no coração de todos os açorianos, escolho deixar aqui aqui o Hino da região, cujos versos intemporais de Natália Correia guardam as certezas que nenhum ilhéu devia jamais esquecer. Porque os Açores são, e serão sempre, "a nossa certeza".
HINO DOS AÇORES
«Deram frutos a fé e a firmeza
no esplendor de um cântico novo:
os Açores são a nossa certeza
de traçar a glória de um povo.
Para a frente! Em comunhão,
pela nossa autonomia.
Liberdade, justiça e razão
estão acesas no alto clarão
da bandeira que nos guia.
Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.
De um destino com brio alcançado
colheremos mais frutos e flores;
porque é esse o sentido sagrado
das estrelas que coroam os Açores.
Para a frente, Açorianos!
Pela paz à terra unida.
Largos voos, com ardor, firmamos,
para que mais floresçam os ramos
da vitória merecida.
Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.»
Letra: Natália Correia
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