quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Por entre os indizíveis dias de Martins Garcia

«Dias de maré viva. Maresia.
Dias selados, falsos, esquecidos.
Dias de espera. Infindáveis. Dias
De nada. Dias prometidos. Frios.

Dias de verde, azul e cinza confundidos,
Abobados excessivamente. Dias
Do trovejar humano embrutecidos.
Dias do recordar. Recortes de neblina.

Dias ponto final. Derrota. Havia
Mundos sonhados, esgotados. Vistos
Em passaportes caducados. Riscos
Em vez de encontro. Indizíveis dias.»

José Martins Garcia, in "no Crescer dos Dias",
Colecção Garajau, Ed. Salamandra

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Dias que amanhecem cansados




Há dias que nascem turvos,
como se a névoa que os compõe
fosse um bolo de coisas duras e pesadas,
impossíveis de ultrapassar.

Há dias que amanhecem cansados,
cheios de coisa nenhuma
e a transbordar de existências passadas.

Há dias que não deviam existir,
porque o passado das coisas
e as vidas que já não existem
só servem para nos atormentar.

Lídia Bulcão



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A propósito dos despropósitos desta crise

Perante a crise em que o País parece estar a mergulhar a pique e o comportamento de todos os analistas que tenho ouvido, só me apraz dizer uns acrescentos:

1) Este Governo socialista parece um bombista suicida, que prefere morrer e matar todos os que o rodeiam, do que entregar-se livremente.

2) Os ditos especialistas e comentadores que analisam as finanças regionais com tanta sapiência e sabedoria sabem tanto sobre a realidade regional que nunca foram capazes de explicar a todos portugueses porque raio é que as ilhas têm um IVA menor do que o continente (e ainda assim têm de comprar os bens de primeira necessidade mais caros do que no continente).

3) No final de tudo isto, seja lá como for que termine, os custos da insularidade vão ser infinitamente mais pesados para todos os açorianos e madeirenses, sejam eles de que partido forem.

Em tempo de crise, é o salve-se quem puder!

A "incompetência derramada", vista pelo Política Dura

Havia muita coisa para dizer sobre a novela da não aprovação da taxa de derrama na Horta, mas o post publicado no blogue Política Dura já diz tudo. Apesar de vir com atraso de um dia (o post é de ontem), não quero deixar de aconselhá-lo a todos os que queiram saber porque é que a Câmara Municipal da Horta agora anda a "chorar sobre a incompetência derramada", como escreveu, e muito bem, o autor do blogue, Tiago Redondo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Confissões tardias de um director regional


Quando no último Verão, em plena campanha para a Assembleia da República, fiz uma chamada de atenção para o atraso em que se encontrava o processo da Casa de Arriaga, houve quem no Faial preferisse fazer orelhas moucas às minhas palavras, com o argumento de que era um assunto que não dizia respeito à República, nem tão pouco a uma candidata faialense que concorria à Assembleia da República pelo círculos dos Açores. Como se Manuel de Arriaga não tivesse sido o primeiro presidente da República, nem a construção da sua casa-museu no Faial estivesse integrada nas comemorações do centenário da República.
Agora, que as eleições já passaram, que a directora regional da cultura responsável por todo o processo foi promovida a ministra da Cultura da República e que as comemorações do centenário já foram inauguradas, o novo director regional da Cultura, herdeiro da "batata quente", esteve ontem no Faial para receber o projecto final de arquitectura e confesssar aquilo que há muito se temia: só agora vai ser iniciado o concurso para a obra, orçada em 1 milhão de euros, mas não há qualquer garantia de que esteja pronta a tempo das comemorações. Efectivamente, agora, a reconstrução da casa de Arriaga vai deixar mesmo de ser assunto da República. Para azar dos faialenses e de todos os que lutaram para que o Faial não ficasse fora destas comemorações.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Um projecto que pode fazer diferença

A coudelaria da ilha do Faial está a apostar no melhoramento da genética dos cavalos da ilha. Projectos como este podem fazer a diferença num mercado limitado pela geografia e pelo mar, como acontece numa pequena ilha no meio do Atlântico. A aposta em nichos de mercado é, sem dúvida, uma solução que pode dar bons frutos e trazer mais valias para a empresa municipal Hortaludus, que está por detrás do projecto faialense e a braços com conhecidas dificuldades financeiras.

Parabéns ao decano dos clubes açorianos!


Parabéns ao Fayal Sport Club pelos 101 anos que hoje comemora. Não esquecerei nunca o seu contributo para alguns dos dias mais felizes da minha infância e adolescência, nem o peso que teve no meu crescimento no desporto e na vida. Obrigado por ser o clube que é e sobretudo por ainda existir!