segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Avenida Marginal procura talentos açorianos na BD

Faltam só vinte dias para o fim do concurso de Banda Desenhada promovido pelo jornal faialense Avenida Marginal, mas como cada dia tem 24 horas, ainda há tempo para quem não ouviu falar no evento pôr mãos à obra, que é como quem diz, lápis no desenho. O concurso pretende dinamizar a cultura de BD no panorama nacional e divulgar autores açorianos, tendo por isso várias categorias, com prémios para autores nacionais e regionais. Para mais informções, consultar o site do concurso: http://concursobdavenidamarginal.blogspot.com/.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

«AMOR com regras»


Quando fui entrevistar o pediatra francês Aldo Naouri há uns meses, tinha lido o seu livro mais recente de fio a pavio e levava comigo algumas ideias feitas, nascidas da intensa pesquisa e dos muitos ecos que encontrara na imprensa nacional e internacional. Tinha alguma curiosidade em perceber quem era este pediatra, que uns diabolizavam e outros pareciam defender incondicionalmente. Encontrei um daqueles médicos que nos consegue deixar tranquilizados com palavras. A sua sabedoria é fruto de uma experiência longa e pensada ao pormenor, mas nem por isso imune questões e polémicas. O fruto dessa conversa foi discutido com vários especialistas portugueses e publicado na revista GINGKO de Outubro, sob o título "Educar também é mandar". Mas além deste artigo, que aborda os principais erros que os pais modernos tendem a cometer, a GINGKO online diponibiliza também a entrevista a Aldo Naouri que complementa o trabalho impresso e já disponível nas bancas.

Murmúrios que precisam ser gritados

«A organização Repórteres sem Fronteiras relegou Portugal para o 30º lugar do ranking dos países que mais respeitam a liberdade de imprensa. No ano passado, Portugal ocupava o 16º lugar, a par de outros países europeus. Esta é sempre uma má notícia para os profissionais da comunicação, para os cidadãos e, sobretudo, para o estado da democracia. A medida da liberdade de imprensa é, também, uma forma de avaliação da democracia. Não há democracia sem liberdade de expressão e liberdade de imprensa.»
Pedro Gomes, Cucos e Múrmúrios, in Açoriano Oriental

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Uma história de cidadania, ou a vitória da luz sobre as trevas


A inauguração da exposição de aguarelas do pintor António Cavaco Silva, segunda-feira no Hospital da Luz, em Lisboa, foi, para mim, um exemplo do que é e devia ser a nossa cidadania. Um pintor gravemente doente, que já não consegue pintar, reuniu as suas últimas telas numa exposição de despedida, expondo as suas fragilidades e debilidades aos olhares de todos sob o título "Caminhos de Luz".

Ao olhar para cada uma das suas aguarelas não pude deixar de ver o retrato de uma luta desigual entre a vida e a morte, mas vi também as pequenas vitórias da luz sobre as trevas. Saí de lá com o coração balançado. Pelo seu talento esquartejado, pela dor que os sorrisos não mostravam, pelas memórias ainda frescas que aqueles caminhos me despertaram.

Estremeci por dentro ao ver o António enfrentar de sorriso aberto os flashes e as televisões, deixando depois que as figuras públicas da família empurrassem a sua cadeira de rodas livremente. O seu olhar transmitia a esperança que não estamos habituados a ver em doentes assim e o seu sorriso emanava a convicção de quem sente que pode fazer alguma coisa pelos outros que, como ele, sofrem ou poderão vir a sofrer de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica).

Naquela inauguração estiveram presentes também nomes sonantes da política, da direita à esquerda, que marcaram presença por um mesmo objectivo: ajudar a divulgar uma doença rara e ainda desconhecida para a maioria como é a ELA, que apesar de incapacitante e fatal só este ano foi reconhecida como uma doença séria em Portugal.

Para algumas pessoas, a exposição de António Cavaco Silva poderá ser vista como um evento de circunstância, quiçá fruto dos laços familiares. Mas quem conhece bem de perto as amarguras da Esclerosa Lateral Amiotrófica sabe que aquele momento foi um grande passo rumo a um futuro com mais esperança para outros doentes e seus familiares.

Para mim, aquela inauguração foi também uma viagem pelas agonias da ELA, que levou a minha mãe em 2007, depois de uma batalha extenuante de 3 anos. Compreendo por isso muito bem o quanto terá custado a António Cavaco Silva mostrar ao mundo a doença, a família e os seus "Caminhos de Luz". Acho admirável que tenha tido a coragem de se expôr assim e, por isso mesmo, deixo aqui o meu contributo sincero para a sua causa, que aprendi da forma mais dura a fazer minha também.
Crédito da foto: Presidência da República

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Aguarelas de vida

O pintor António Cavaco Silva inaugura hoje uma exposição que vale a pena conhecer. Não porque a sua pintura seja melhor do que as outras, nem tão pouco porque o artista até é irmão do actual Presidente da República. Vale a pena, sim, porque as suas telas são fruto de uma força de vontade gigante, daquelas que podem ajudar a mover montanhas. Neste caso, a sua montanha tem sido a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), uma doença neurodegenerativa incurável, progressiva e fatal. Hoje, António Cavaco Silva já não consegue pintar. Mas enquanto combate a morte, ainda ainda é capaz de pensar que a sua pintura pode ajudar os outros que sofrem como ele, por isso expõe os seus "Caminhos de Luz". Um testemunho de vida que nos faz pensar. Para ver no piso - 1 do Hospital da Luz, em Lisboa, a partir das 17h00 de hoje.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Famoso mega-iate atracado na Horta


O Verão já chegou ao fim, mas o Porto da Horta continua a ser escalado pelos grandes do mundo náutico. O mega-iate Le Grand Bleu, que já pertenceu ao milionário russo Roman Abramovich, está atracado na cidade-mar desde terça-feira e aí deverá permanecer até sexta-feira. Para quem não conhece os pormenores deste luxuoso monstro da naútica, com uma tripulação de 50 pessoas, vale a pena espreitar aqui e aqui. Com uma tripulação de 50 pessoas, este mega-iate é um bom exemplo do que as escalas para abastecimento podem fazer pela economia local, seja no comércio tradicional, na agricultura ou na restauração. O que é preciso é querer tirar partido delas e não deixar que as mais valias sejam todas canalizadas apenas para o hiper...

Foto: Luís Correia/Ship Spotting in Faial

Uma bofetada de luva branca

O candidato do PSD à presidência da Câmara da Horta, Paulo Oliveira, mostrou esta semana como se pode assumir uma derrota com espírito construtivo. Assumindo os pontos fracos e valorizando as mais valias, deu uma bofetada de luva branca a quem o tentou denegrir. A sua equipa vai assumir a vereação de corpo e alma, ao contrário do que já se diz à boca pequena de alguns vereadores eleitos pela equipa socialista. Uma lição de democracia para muitos.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Rumo às hidrotermais

Para esquecer o mundo louco e descobrir mais sobre o azul profundo, nada como viajar às fontes hidrotermais dos Açores com Teresa Firmino, a jornalista do Público que está a acompanhar uma missão do ROV Luso às fontes hidrotermais dos Açores. Acompanhe o blogue da viagem aqui.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A frieza dos números


Confesso que hoje acordei com o coração dorido. Ainda me custa a aceditar que os faialenses tenham escolhido para presidente o homem que transformou a frente ribeirinha da Horta em parque de estacionamento. Mas a democracia é assim e o povo é quem sabe as linhas com que se cose. Na análise fria aos números de ontem, não deixa também de ser curioso que uma boa parte dos eleitores que há 4 anos votou em José Decq Mota para castigar o PS local, agora tenha castigado a CDU oferecendo um vereador e a maioria absoluta a João Castro. Pelo caminho, ficou uma excelente equipa do PSD, que teve o mérito de pôr a Câmara da Horta a mexer como há muito não se via e, ainda assim, acabou por sair derrotada. Agora, perante a verdade dos números restam-me três consolos:

1) João Castro não poderá fugir às escandalosas dívidas da sua própria gestão e terá de assumir o pedido de penhora de bens municipais feito pelo BANIF;
2) Renato Leal foi finalmente castigado pelos eleitores que desprezou e ameaçou, perdendo a Assembleia Municipal depois de ter já perdido a Assembleia da República;
3) Jorge Costa Pereira, que há anos vem defendendo os faialenses de tudo e de todos, será um justíssimo presidente da Assembleia Municipal.
Foto: LBulcão

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Faial Film Fest bate novo recorde


A próxima edição do Faial Film Fest vai ser mais um certame de grande nível. Depois de ter sido distinguido com o Prémio Onda Curta da RTP2 em Agosto passado, o Cine-clube da Horta não deixa os seus créditos por mãos alheias. As 44 curtas-metragens que vão estar em competição este ano são um novo recorde e uma boa amostra do que se pode fazer pela ilha sem estar à espera que a iniciativa parta do Estado.

Não há imunidade parlamentar que lhe valha...

Depois de uns dias longe da actualidade faialense, eis que o regresso à realidade é assustador. A última semana de campanha autárquica está a revelar os podres da política socialista local. Leio a notícia do Incentivo e até me custa a crer em tamanha barbaridade. Depois destas notícias, é fácil perceber como é que o PS se mantém na autarquia local há vinte anos, mesmo quando se mete pelos olhos dentros a ausência de obra própria. O medo é arma dos homens desesperados, mas a ver pelo despudor das palavras de Renato Leal, o candidato do PS à Assembleia Municipal parece julgar-se acima da lei. Pelo menos desta vez, não haverá imunidade parlamentar que lhe valha...

É o que se chamam desculpas de mau pagador...

Renato Leal não conseguiu ser eleito pelo círculo da emigração, mas a culpa é da greve dos correios no Brasil... Ele há cada uma!!!

Câmara da Horta no top dos piores pagadores


A Câmara Municipal da Horta é uma das oito autarquias dos Açores que constam da lista das 182 entidades públicas com prazos médios de pagamentos a fornecedores superiores a 90 dias. E como se não bastasse o estado de incumprimento, ainda é umas das poucas que agravou os respectivos prazos de pagamentos. Com uma autarquia assim, não há empreendorismo local que resista...


Foto: Faial Digital

terça-feira, 6 de outubro de 2009

ilha



«a ilha ao fundo funda saudade
que emerge do horizonte.
azulíneos os gestos do pincel
sedimental as águas
de míticas inquietações.

ninguém sabe que peixes
habitam no mar.
se há nevoeiro dom sebastião não vem.
o céu único infinito que passa
pela janela da casa de janville.

no peitoril os calos dos cotovelos do silêncio.»

Álamo Oliveira, in «antónio - porta-te como uma flor»


Foto: LBulcão