quinta-feira, 30 de abril de 2009

Pedaços da ilha que o mundo inteiro procura

Platão chamou-lhe Atlântida, Aristóteles preferiu Antília e Homero referiu-a como Ilha Esquéria, mas houve quem lhe tivesse dado outros nomes. Os Árabes sempre a conheceram como a Ilha dos Dois Irmãos e São Brandão falava de uma Ilha dos Bem-Aventurados. Ao que parece, também os egípcios entraram nessa corrida, preferindo chamar-lhe a Ilha do Ovo Cósmico e contando que terá sido o berço dos faraós. Certo, certo, é que o mundo inteiro a procura há séculos, sendo os Açores uma das localizações possíveis, embora sem provas fundamentadas.
Agora, e segundo uma reportagem publicada na revista Sábado, a investigadora portuguesa Fernanda Brandão está a trabalhar para provar que estes diferentes nomes falam de uma realidade açoriana, cujas provas podem estar soterradas na ilha Terceira. Mas enquanto o proprietário do terreno não autoriza as escavações, restam-nos as novas tecnologias. Descobri que o Google Earth mostra as evidências aqui.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Um brinde às relações blogosféricas



O Ematejoca Azul continua imparável na sua missão de elo activo das relações blogosféricas. São tantos os prémios que tem recebido como os que vem distribuído por esta blogosfera fora, fomentado a descoberta de novos espaços e reforçando laços. Só nesta minha ilha, já atracaram uns quantos, a que entretanto fui perdendo a conta, por afazeres e desfazeres da vida fora da blogosfera. Um bem haja à Teresa, pelo mérito e pela amizade blogosférica!

domingo, 26 de abril de 2009

Esvaída na distância


«Tudo no périplo de uma ilha alude ao possível na distância.»

Vitorino Nemésio, X. A cidade do canal, in Primeiro Corso


Foto: Praia da Alagoa, Faial (autor desconhecido, recebida por email)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Almas de papel




Amo os livros como se fossem gente.
Pedaços de vidas sentidas, sofridas,
geradas com a pena do talento criado.
Amo os livros porque desvendam segredos,
pesados, contidos, espremidos a dedo.
Amo os livros porque revelam as almas,
de quem escreve e de quem lê,
de quem sou ou quero ser.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Todos os dias deviam ser dias da Terra

Porque o verde guarda a estrada para dias tranquilos.

Porque o azul é palco de muitos mundos.

Porque a água nos dá frescura e serenidade.
Porque a beleza nos enche os olhos e a alma.
Porque as memórias são curtas e as vontades fracas.

Porque as ilhas são nossas e a paisagem de todos.

Crédito das fotos: LBulcão

sábado, 18 de abril de 2009

A arte de fazer de um sítio um lugar

Piscina de Santa Cruz das Ribeiras, Pico
(Foto Arq. Juliana Couto, via Basalto Negro)

Centro de Interp. do Vulcão dos Capelinhos, Faial
(Foto: Arq. Nuno Ribeiro Lopes)


«O sítio é apenas terra, mar e pedaço de céu, o lugar tem alma.
Vai daí que ficar bem para a fotografia é fazer do óbvio o diferente
e a magia está em fazer do sítio um lugar.»

Chansonnette, via comentários do Castelete Sempre

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Não há desculpas para as falhas na Matemática

«Não é necessário ter jeito, basta perceber que o nosso cérebro se treina se nos aplicarmos e repetirmos as vezes que forem precisas a lengalenga da tabuada ou os exercícios a várias equações. Exige trabalho e esforço - da mesma forma que exige aplicação e muito treino jogar melhor matraquilhos ou bater recordes em qualquer jogo de uma play-station.» José Manuel Fernandes, in Público de hoje.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Paisagem em vias de extinção

Horta vista da Praia da Alagoa (Foto: MRosa)

A primeira pedra foi lançada e a contagem decrescente já começou. Dentro em breve nada será como dantes na Praia da Alagoa. A vista vai desaparecer para dar uma nova bacia portuária à cidade-mar, com a criação de um cais de cruzeiros e respectiva gare marítima. A era da agitação e do rebuliço está a chegar ao lado Norte da Horta. Para o bem e para o mal. Restar-nos-á a candura de imagens como esta e as memórias de um tempo em que ali fomos felizes.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Iguarias dos Açores

Para quem não pôde passar a Páscoa nas ilhas e vir carregado de iguarias açorianas, há agora uma boa alternativa: foi inaugurada na semana passada a primeira loja de produtos açorianos em Lisboa. Montra do que de melhor se produz na região, a loja “Espaço Açores – Tradição & Gourmet” é ideal para os conhecedores de boa cozinha ou para os açorianos que, como eu, vêm das ilhas sempre carregados de excesso de peso. Se alguns hipermercados já nos facilitavam a vida com queijos, leite, chá e ananás, agora tudo o resto será mais fácil. Da carne aos vinhos, do mel às compotas, das flores ao artesanato, nada deverá faltar na Rua de São Julião. Por mim, prometo ser cliente.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Em reflexão


A Sexta-feira Santa não é só mais um feriado.
Mas se o é num País cada vez menos católico,
então, talvez nem devesse ser feriado.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Os regressos imperdíveis de Tabucchi

Entrevistei o escritor António Tabucchi durante a sua passagem pelo Faial em 2002 e tive a oportunidade de testemulhar in loco o seu regresso a Porto Pim 20 anos depois de ter escrito o livro que o celebrizou entre nós.
Agora, "A Mulher de Porto Pim" foi reeditada pela Difel e está novamente nas bancas. Uma oportunidade a não perder por quem ainda não degustou estas suas deambulações pelas ilhas dos Açores.
Quase ao mesmo tempo, a revista Ler deste mês consagra-lhe a capa e uma grande entrevista. São, mais uma vez, dois regressos imperdíveis.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Moinhos de esperança



O país que é hoje de parques eólicos, já o foi de moinhos. Nos Açores, também há exemplos dessa tradição artesanal, que sustentou famílias e alimentou muitas bocas. Hoje, que se celebra o Dia Nacional dos Moinhos, é tempo de homenagear essas estruturas centenárias. Mais do que isso, é tempo de repensar o seu lugar entre nós. Porque o legado histórico que representam merece mais do que um postal para turista ver.


Dois anos de saudade


Completam-se hoje e vão repetir-se ad eternum.
Será sempre o dia em que o meu coração quis gritar
e não conseguiu. Ainda hoje vive sufocado.
Crédito da foto: Edeni Mendes da Rocha

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Raízes da alma


Somos seres estranhos.
Feitos de almas nómadas e desejos andarilhos,
mas com raízes profundas e amarras eternas.
Crédito da foto: LBulcao

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Teatro à solta na cidade

Por estes dias, a cidade da Horta tem vivido submersa pela vida teatral. O III Festival de Teatro do Faial que decorre até ao próximo dia 15 de Abril é só mais uma forma de provar que os sonhos são sempre possíveis de concretizar, mesmo que demorem algum tempo. Depois de quase vinte anos sem uma digna sala de espectáculos, a vida cultural da cidade renasceu das cinzas e ruma a bom porto. Não graças à reabertura do Teatro Faialense, mas sim ao espírito de sobrevivência dos amantes das artes e a uma aposta firme na auto-formação dos actores locais. O mérito é todo deles.