quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Nem as eleições conseguiram salvar a Casa de Arriaga

Na cidade da Horta, as origens da República permanecem em ruínas, tristes e abandonadas como se fossem um monte de lixo que nem temos vergonha de esconder. Se depender do Governo Regional dos Açores, parece que é assim que vai ficar mais uns anos. César já habituou os faialenses a esperar mais de uma década por cada projecto aprovado. Foi assim com a Escola Secundária e com a Biblioteca Pública. Foi assim com as obras do Porto (que andam agora a todo o vapor, a ver se mostram resultados por alturas da ida às urnas). E está a ser assim também com o Estádio Municipal e com a requalificação de Porto Pim, para não falar de outras. Quando faltam escassos meses para o início das comemorações do centenário da República, as ruínas ganham raízes mais profundas. Parece que desta vez, nem as eleições à porta salvam a chamada Casa das Florinhas.
Ruínas da casa de Manuel de Arriaga (Foto: DN)

«A casa onde nasceu o primeiro presidente da República Portuguesa, na Horta, Açores, está em ruínas, apesar dos compromissos oficiais para a sua reconstrução, no quadro das comemorações do centenário do regime republicano, que se assinala em 2010.
Manuel José de Arriaga Brum da Silveira nasceu a 8 de Julho de 1840 na cidade da Horta, tendo ocupado o cargo de Presidente da República entre Agosto de 1911 e Maio de 1915. Numa altura em que faltam menos de seis meses para o início das comemorações oficiais do centenário da implantação da República, o imóvel onde nasceu Manuel de Arriaga, situado no centro da cidade, encontra-se num avançado estado de degradação. A reabilitação da 'Casa de Arriaga' é um dos objectivos definidos no site oficial das comemorações (www.centenariorepublica.pt), que atribui a responsabilidade da obra ao Governo Regional.
Com esse objectivo, a casa foi adquirida pelo executivo regional à Diocese de Angra, tendo em vista a sua reconstrução e adaptação para receber o espólio da família de Manuel de Arriaga e outro material relativo ao período imediatamente a seguir à instauração da República, que foi proclamada a 5 de Outubro de 1910. Apesar disso, o imóvel permanece em ruínas, o que levou a Associação de Antigos Alunos do Liceu da Horta a enviar uma carta aberta aos presidentes da Assembleia Legislativa dos Açores e da Câmara da Horta, apelando a que a obra arranque.»
in DN, 1 de Setembro de 2008

5 comentários:

Fazer pela vidinha disse...

Mas será que os Faialenses ainda se deixam enganar? Já agora, afinal quem era candidato às legislativas não podia ser candidato autárquico, incluindo a AM?
Boa sorte!

Café Puro disse...

...a postura do governo com um imóvel de óbvio interesse histórico NACIONAL é a que se vê...mas para dar casa a toxicodependentes, ex-reclusos, pessoas que só passam férias no Faial ou beneficiários de rendimento mínimo, que não trabalham por não querer (e não por não poder)e que tomam pequeno almoço todos os dias no "Ponto Come"!!!
É só ver os apartamentos ao lado da casa de Manuel de Arriaga!!!
Suspeito que seja porque essas pessoas votam e Manuel de Arriaga já não!!!

Anónimo disse...

Estranho:

E a oposição? Também só se lembra destes casos em vésperas de eleições...

Carlos Faria disse...

eu também sou oposição (assumidamente na vida pública e não no blog) e já falei deste tema diversas vezes em período não eleitoral e inclusive fiz um post que foi republicado em vários blogues nacionais...
porque é que defender o Faial tem de ser tarefa exclusiva da exposição e ainda se ficar limitado ao período não eleitoral?

Carlos Faria disse...

oposição e não "exposição"