quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Em período de pousio

Nas últimas semanas, "A ilha dentro de mim" tem estado em período de pousio forçado. Infelizmente, o tempo não se multiplica, por mais que deixemos que os ponteiros do relógio se atrasem e tentemos saltar alguns capítulos do dia. Mas mesmo por entre o corre-corre da nova agenda e a organização de toda uma vida, há linhas que anseiam por ser escritas e outras que já pedem mesmo para ser publicadas. Dizem que a inspiração anda por aí e que não tarda nada irá irromper novamente por esta ilha adentro. Oficialmente, ainda não sei de nada, mas, pelo sim pelo não, também vou ficar à espera... Até qualquer dia!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Quatro anos na rota desta ilha

De mansinho, e quase sem dar por eles, celebraram-se quatro anos nesta ilha. Tão de mansinho, que precisei de uma semana para dar pelo aniversário. Quis o acaso que 19 de Junho fosse o dia em que dei à luz este espaço, feito de escrita e para a escrita, ainda que moldado pelas raízes da minha inegável açorianidade. E se a escrita, como instrumento de auto-conhecimento e lucidez, é talvez o activo maior deste blogue, a açorianidade, essa, é a sua essência mais profunda. Hoje, como há quatro anos, continuo a acreditar que "a ilha é tudo menos um lugar estanque". Mas porque hoje, muito mais do que há quatro anos, sei que o "devir" é uma urgência da vida, renovo aqui os votos de que "a minha ilha" seja sempre "o lugar onde consigo ver para além do horizonte".

domingo, 26 de junho de 2011

Depois de Saramago


«A pior cegueira é a mental,
que faz com que não reconheçamos o que temos à frente.»
                                              in Outros Cadernos de José Saramago


No emaranhado desta semana, muita coisa ficou por dizer, e mais ainda por escrever. Mas por mais que o tempo nos fuja entre os dedos e a actualidade ultrapasse a velocidade dos nossos pensamentos, há emoções que não se perdem na voragem dos telejornais e efemérides a que se volta diariamente. A 18 de Junho completou-se um ano sobre a morte de José Saramago. Depois dele, nada ficou igual na literatura. Mas hoje, como ontem, continuamos a ouvir as suas palavras e a sentir os seus recados presentes. Como se nunca tivesse partido.

Foto retirada de: http://becre-esct.blogspot.com/2010/06/morreu-jose-saramago-nobel-da.html

sábado, 18 de junho de 2011

Um novo "Mundo Açoriano"

Ando por aí um novo Mundo Açoriano à espera de ser descoberto. Tropecei nele quase por acaso, mas prometo que vai passar a fazer parte das minhas rotas obrigatórias. Porque se «o território não é o mapa», como dizia o poeta Emanuel Jorge Botelho, e se «a "açorianidade" não tem princípio nem fim», como escreveu o director do projecto Eduardo Jorge Brum, também não é menos verdade que as nossas raízes não morrem nunca, ainda que lhes falte a quantidade certa de água salgada para matar a sede. Definitivamente, «somos seres estranhos. Feitos de almas nómadas e desejos andarilhos, mas com raízes profundas e amarras eternas».

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Não há força, nem vento, para contrariar a maré

@ailhadentrodemim




















Se esta Lua falasse, 
diria o que mil palavras não dizem
e mil emoções não desvendam.

Se esta Lua falasse, 
diria o que nunca conseguirei escrever, 
nem o engenho do fotógrafo captar.

Se esta Lua falasse, 
diria o que a memória esculpiu na pedra
e o barulho do mar gravou na mente.

Se esta Lua falasse, ficaria muda. 
Porque é imenso o peso do que teria para dizer,
e não há força, nem vento, para contrariar a maré.

Lídia Bulcão

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Porque os Açores serão sempre "a nossa certeza"

(Foto via Fernando Pimentel)

Porque hoje se celebra o Dia dos Açores, devíamos todos erguer esta bandeira bem alto e gritar a nossa açorianidade aos quatro cantos do mundo. Porque hoje se celebra a nossa Autonomia, é também o dia de analisarmos o caminho que temos sido capazes de percorrer e de reconhecermos a necessidade de afinar o rumo, para que possamos enfrentar de pé as tempestades que espreitam no horizonte e alcançar juntos um futuro seguro. E porque hoje é também o dia em que a palavra Açores ecoa mais fundo no coração de todos os açorianos, escolho deixar aqui aqui o Hino da região, cujos versos intemporais de Natália Correia guardam as certezas que nenhum ilhéu devia jamais esquecer. Porque os Açores são, e serão sempre, "a nossa certeza".

HINO DOS AÇORES

 «Deram frutos a fé e a firmeza
no esplendor de um cântico novo:
os Açores são a nossa certeza
de traçar a glória de um povo.

Para a frente! Em comunhão,
pela nossa autonomia.
Liberdade, justiça e razão
estão acesas no alto clarão
da bandeira que nos guia.

Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.

De um destino com brio alcançado
colheremos mais frutos e flores;
porque é esse o sentido sagrado
das estrelas que coroam os Açores.

Para a frente, Açorianos!
Pela paz à terra unida.
Largos voos, com ardor, firmamos,
para que mais floresçam os ramos
da vitória merecida.

Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.»

Letra: Natália Correia

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Baía da Horta reconhecida como uma das mais belas do mundo

Um fim de tarde no paraíso (Foto:LBulcão)

A beleza da baía da Horta acaba de ser reconhecida internacionalmente, com a entrada no Clube das Mais Belas Baías do Mundo, ainda que a título provisório. A decisão foi tomada no congresso mundial de Toubacouta, no Senegal, e só pode ser motivo de regozijo para todos os açorianos. Afinal, o paraíso está mesmo aqui ao alcance dos nossos olhos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Bandarra e Experimentar na M'Incomoda prometem agitar Teatro Faialense


Os próximos dias 3 e 4 de Junho vão ser dias cheios para quem estiver pelo Faial. Durante o dia, as estradas vão andar agitadas com o Rally Ilha Azul e a noite promete bombar com os mais recentes sucessos da música portuguesa, já que os "Bandarra" e o "Experimentar na M'Incomoda" vão subir ao palco do Teatro Faialense, pelas 22h00, para partilharem com os faialenses dois concertos únicos. A não perder!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Quando a madrugada desperta a tremer...

Hoje, o dia amanheceu na ilha do Faial com a casa a dançar ao som da terra. Confesso que acordar com a cama a sacudir debaixo do corpo nos faz temer sempre o pior. Ou não tivéssemos todos ainda demasiado fresca a dor que o abalo de 98 trouxe à ilha e a todos os que nela se prendiam. Felizmente, desta vez, tudo não passou de um grande susto, por isso, toca a voltar a encaixotar os medos no baú das recordações. A madrugada já se foi, mas está, sem dúvida, um lindo dia para ser feliz!

domingo, 22 de maio de 2011

Debaixo da ventania

Olhas, mas não queres ver.
Vês, mas não queres perceber.
Percebes, mas não queres enfrentar.
O medo tolda-te as pernas
e enfraquece o coração.
Rouba-te a liberdade que conquistaste
e enegrece os dias em que o sol brilha alto.
Não há janela que te ilumine a casa,
nem porta que te areje os sentidos.
Há, sim, uma enorme ventania,
que percorre célere os corredores da memória.
E, de vez em quando, ameaça tornar-se um vendaval.

Lídia Bulcão